Crédito à habitação: taxa variável ultrapassou a fixa em junho

A taxa variável ultrapassou a fixa em junho de 2023, atingindo os 4,37 por cento. Conheça os dados do Banco de Portugal, relativos ao crédito à habitação.

Em agosto, o Banco de Portugal publicou os dados sobre as taxas de juro e de montantes de novos empréstimos e depósitos bancários, de empresas e particulares, referentes ao mês de junho de 2023.

As novidades prendem-se com a subida da taxa variável do crédito à habitação, superando a taxa fixa.

Recorde-se que, em maio, a taxa variável igualou, pela primeira vez, a taxa fixa. 

Taxa variável continua a subir

A taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação, contratados a taxa variável, foi de 4,37%, em junho. Em maio, este valor tinha-se fixado em 4,20 por cento. Com este aumento, a taxa variável ultrapassou a taxa fixa, que estava, em junho de 2023, nos 4,16%. 

Habitualmente, a taxa fixa é superior à taxa variável, mas, no presente contexto de subida dos juros, estão a surgir ofertas de taxa fixa de curto prazo (até 5 anos) com valores mais abaixo das médias da Euribor, o que levou a esta inversão de tendência.

Já os reembolsos antecipados de crédito à habitação continuam a subir. Em junho, 0,86% do total de empréstimos foram antecipadamente amortizados. A tendência de aumento manteve-se também nos reembolsos antecipados totais (de 0,66% para 0,70 por cento). Já nos reembolsos antecipados parciais, o valor não se alterou, mantendo-se nos 0,15 por cento.

Estas conclusões são exclusivamente sobre os novos empréstimos e os empréstimos existentes concedidos a particulares para habitação própria permanente

Taxa fixa? Pode não ser a melhor solução

A decisão de escolher entre uma taxa de juro variável ou fixa, quando contrata um crédito à habitação, pode não ser fácil, pois existem várias questões a ter em conta.

As taxas de juro estão perto de atingir o pico, ou seja, os novos créditos, contratados a taxa fixa, irão ficar fixos em taxas de juro elevadas. Ora, se os indexantes variáveis (Euribor) começarem a descer, como é esperado, os contratos a taxa fixa não beneficiarão do alívio proveniente dessa descida.

Contudo, como foi referido, existem propostas de taxa de fixa de curto prazo que apresentam valores atrativos e que poderão ser uma solução para enfrentar o movimento de subida dos juros.

Nuno Rico, especialista da DECO PROTeste, bem como Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, alertaram para esta questão, aconselhando os consumidores a informarem-se antes de contratarem um crédito à habitação.

Conheça o risco de contratar um crédito à habitação a taxa fixa. Descubra, ainda, o que a DECO PROTESTE exige.

Este tema foi discutido no episódio “A paz, o pão. E a habitação?”, do podcast da DECO PROTESTE.